
Uma escola pública de Curitiba, no Paraná, proibiu um aluno cristão de evangelizar os colegas durante o intervalo. Os encontros aconteciam espontaneamente apenas com os estudantes interessados.
Segundo o portal XV Curitiba, o Colégio Estadual São Paulo Apóstolo registrou uma ata de ocorrência nº 70/2025 contra Samuel Proença de Souza e chamou seus pais para conversar com a direção.
De acordo com o documento, assinado pela direção e equipe pedagógica, a reunião teve como objetivo registrar formalmente o caso e orientar os envolvidos após alguns pais de outros estudantes reclamarem sobre as ações evangelísticas de Samuel.
A direção da escola afirmou que notou uma aglomeração de estudantes durante o intervalo e constatou que Samuel estava “usando a palavra para uma conversa sobre escolhas na vida com seus amigos”.
Na reunião, o diretor auxiliar Márcio Roberto Lopes e o diretor Juliano ordenaram que o aluno cristão interrompesse os encontros dentro do colégio. A direção justificou a decisão alegando que o Estado é laico e que práticas religiosas “podem causar desconforto em estudantes que discordam dessas colocações”.
O documento afirma que Samuel aceitou a ordem e se comprometeu a rever suas ações, e que sua responsável se comprometeu a conversar com o filho sobre o caso.
A ata de ocorrência foi assinada pela direção escolar e anexada aos registros internos do colégio.
Liberdade religiosa no ambiente escolar
O caso gerou debate nas redes sociais nos últimos dias, com muitas pessoas questionando a falta de liberdade religiosa e liberdade de expressão no ambiente escolar.
Políticos do Paraná se manifestaram sobre o episódio e expressaram apoio ao aluno cristão.
O vice-prefeito de Curitiba, Paulo Eduardo Martins, se encontrou com o estudante e defendeu seu direito de evangelizar na escola.
“Hoje tive a grande alegria de me encontrar com o Samuel, um jovem promissor e inspirador, que me comoveu com sua postura e sua história. Ele criou uma célula para falar sobre o Evangelho nos intervalos das aulas em sua escola e tem sofrido ataques por isso”, relatou Martins.
“Ao contrário do que pensam, o Estado laico é exatamente a garantia do exercício da liberdade religiosa, não a sua vedação”, observou.
O vice-prefeito elogiou a iniciativa do estudante em compartilhar sua fé. “A postura deste menino foi, acima de tudo, uma demonstração de coragem, fé e amor ao próximo. Que ele possa inspirar e mover mais pessoas a fazer o mesmo em nossa sociedade”, declarou.

